A cana-de-açúcar é uma cultura tradicional do Brasil. Trazida do sudeste asiático para o país ainda no período colonial, a cana encontrou no Brasil um clima e condições favoráveis de desenvolvimento. É cultivada principalmente nas regiões sudeste e nordeste, sendo que a região sudeste é onde se encontra a maior parte de indústrias de etanol. Vale ressaltar que sua alta produção de massa verde e elevada quantidade de carboidratos solúveis são muito importantes tanto para a indústria sucroalcooleira quanto para a alimentação animal.
A cana possui elevados índices produtivos e altos teores de carboidrato, o que faz com que ela seja uma excelente fonte de alimento forrageiro. Porém, a cana possui baixa qualidade de Fibra Detergente Neutro (FDN), que pode limitar a ingestão pelo animal, sem falar que a cana é um alimento altamente fermentável quando picada. A presença de fermentação pela cana pode
A cana-de-açúcar é uma das formas mais comuns de suplementação de bovinos durante o período seco. O motivo deve-se à sua grande capacidade de produção de Matéria seca por hectare, além de possuir ponto ideal para colheita no período da seca, no qual há maior escassez de alimento para os animais e baixo desenvolvimento das forrageiras.
Os subprodutos da cana podem ser utilizados para diversas finalidades, como produção de biodiesel, açúcar e também para alimentação do gado. O bagaço de cana é obtido após a etapa de moagem da cana na indústria. O bagaço é um ingrediente fibroso (alto teor de parede celular), com baixa densidade, baixo teor de energia, proteína, minerais e vitaminas, sendo considerado um alimento com baixo valor nutritivo. Variações em sua composição podem ser encontradas em função das variedades de cana de açúcar, diferenças no solo, manejo e colheita, diferenças no processo de moagem, entre outros.
Apesar dessas características, o bagaço de cana apresenta digestão mais lenta no rúmen e estimula a mastigação, o que também irá estimular a salivação e controle do pH ruminal, evitando possíveis distúrbios metabólicos.
O bagaço de cana não deve ser usado isoladamente, mas é uma alternativa para complementar a dieta do gado confinado como fonte exclusiva de fibra, além de servir como um “chiclete”, que auxilia na manutenção do pH ruminal.
Dentro do confinamento, a manutenção do pH nos valores ótimos é o indicado para prevenir indigestões, como a acidose ruminal crônica latente, que pode estar relacionada com o baixo índice produtivo, queda no desempenho de ganho de peso, além de desencadear distúrbios sépticos, como abscessos hepáticos e pulmonares.
É sempre fundamental estar atento a quantidade de energia fornecida ao animal, uma vez que o bagaço de cana também oferece bastante energia. Por isso, Para incluir o bagaço de cana na dieta é importante levar em consideração todos os ingredientes que irão compor a dieta, assim como os custos.